sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O brasileiro com problemas cardíacos que desenvolveu um gel para imprimir corações artificiais

O médico e pesquisador Gabriel Liguori desenvolveu um gel, feito com as próprias células do paciente, que poderá levar à criação de um coração artificial para transplantes.



Trecho da matéria publicada pela BBC News Brasil, por Evanildo da Silveira


Impressão em 3D

Liguori explica que seu plano é construir um coração utilizando uma técnica de engenharia de tecidos conhecida como bioimpressão, que nada mais é do que a impressão 3D de tecidos humanos.

"Diferentemente da impressão 3D tradicional, entretanto, em vez de utilizar materiais plásticos como matéria-prima, a bioimpressão utiliza algo chamado de biotinta, que se constitui justamente do gel que desenvolvemos, combinado com células-tronco, que, em conjunto, vão originar os tecidos de interesse."

O pesquisador não dá detalhes do processo de fabricação do gel, porque ele está em fase de análise para patente. O que pode dizer é que é um produto fabricado a partir de tecidos animais análogos aos dos humanos.

"Para fazê-lo, utilizamos um coração suíno", revela. "A partir desses tecidos animais, retiramos as células, para não causar rejeição no receptor, e utilizamos apenas o conteúdo extracelular. Com isso, vamos imprimir um órgão artificial."

De acordo com ele, os resultados até agora têm sido promissores. O gel se mostrou, nos estudos, como um grande aliado na cultura tridimensional - e consequente bioimpressão - de células, em particular células-tronco. "Elas entendem o nosso gel como se ele fosse o tecido nativo, onde deveriam estar e, dessa forma, respondem exatamente como as encontradas nele", explica.

Liguori diz ter demonstrado que o gel, além de influenciar a proliferação e diferenciação de células-tronco, também possibilita a formação de redes microvasculares, que são os pequenos vasos que existem em todos os órgãos e pelos quais o sangue passa para chegar aos tecidos.

Isso é muito importante pois, para qualquer órgão que se queira fabricar em laboratório, será necessário que eles apresentem uma extensa rede microvascular para não morrer.

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