Tráfico humano e exploração sexual, terror que inspira cinema e literatura
São Paulo – Muitas obras cinematográficas têm trazido a público a discussão sobre o tráfico de pessoas, tema também abordado em videoclipes, documentários e pela literatura. Recentemente, a atriz e cantora americana Jada Pinkett Smith, mulher do ator Will Smith, encampou a campanha contra este crime. Neste ano, contando com a direção de Salma Hayek, ela protagonizou o curta Nada (Nothing), que conta a história real de uma jovem vítima do tráfico e da exploração sexual. O vídeo faz parte da campanha Dontsellbodies.org (não à venda de corpos, em tradução livre). Seguem informações sobre mais algumas obras:
Em Tráfico Humano, o diretor Christian Duguay expõe as motivações e consequências do exploração de mulheres. O filme, de 2005, conta a história de quatro mulheres sequestradas por traficantes de pessoas e a luta de uma agente federal, a inspetora Kate Morozov, vivida pela atriz Mira Sorvino e de sua equipe para expor e combater a rede criminosa.
Baixio das Bestas (2006), do diretor Cláudio Assis, conta a história de Auxiliadora, uma jovem de 16 anos explorada sexualmente pelo avô. A discussão sobre a exploração sexual da mulher se aprofunda ao tratar daquelas que sofrem abusos, violências e humilhações na casa de prostituição de Dona Margarida.
Anjos do Sol, de 2006, retrata a infeliz situação de crianças e adolescentes vendidas por suas famílias, que vão se tornar objetos sexuais em prostíbulos no interior brasileiro. Com direção de Rudi Lagemann, o filme conta a história de uma dessas meninas. E de como, mesmo ela conseguindo fugir de seu cativeiro, a prostituição continua fazendo parte de sua vida.
Ainda na linha das questões familiares, Para Sempre Lilya (2002), do diretor Lukas Moodysson, conta a história de uma jovem abandonada pela mãe na antiga União Soviética. Sem condições de se manter sozinha, ela aceita a proposta de um jovem, por quem se apaixonou, para ir viver e trabalhar na Suécia. Ao chegar, se torna vítima da exploração sexual e do cárcere.
No longa Desaparecidos (2011), a discussão é sobre como as pessoas não se questionam sobre situações que podem colocá-las em risco. David Schurmann, diretor da obra, produziu um filme do gênero terror para contar a história de um grupo de jovens que vai para uma festa em Ilhabela, no litoral norte paulista. Eles não têm qualquer informação além do convite: as câmeras que cada um deve carregar consigo todo o tempo e que acabam por registrar seus próprios momentos de horror.
O tráfico de pessoas não é somente fruto da ação de redes de criminosos. O longa A Informante, de 2010, da diretora Larysa Kondracki, retrata a história de uma policial que aceita trabalhar para a ONU, na reconstrução da Bósnia após a guerra. Lá ela se depara com uma rede de tráfico e exploração sexual, encoberta pela própria ONU. O filme é baseado em fatos reais.
De outro lado, Afetados pela Vida é um filme sobre tráfico de pessoas, produzido em 2009, pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Voltado a um público especializado, como policiais e juízes, ilustra os elementos característicos do tráfico de pessoas e as diferenças entre esta prática e o contrabando de migrantes.
Migrando para a literatura de não-ficção, temos o livro O Ano em que Trafiquei Mulheres (Planeta-2007), de Antônio Salas, pseudônimo de um jornalista investigativo. Durante o período de apuração, Salas se passou pro traficante de mulheres, convivendo e negociando com outros traficantes. A obra desnuda o truncado e complexo mercado da exploração sexual.
Fonte: Rede Brasil Atual
Por Rodrigo Gomes
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