Conclusão é de estudo realizado por pesquisadores ingleses com 545 gestantes
Por Gladys Magalhães
Imagem: kidspot |
Segundo a pesquisa, publicada no British Journal of Psychiatry, em janeiro, uma em cada quatro grávidas pode apresentar esse tipo de problema. Para chegar a tal conclusão, os pesquisadores acompanharam 545 gestantes, maiores de 16 anos, que estavam fazendo pré-natal no sul de Londres, entre novembro de 2014 e junho de 2016.
Às futuras mães foi aplicado um questionário com duas perguntas simples, pelo qual os pesquisadores descobriram que ansiedade (15%), depressão (11%), distúrbios alimentares (2%) e o transtorno obsessivo compulsivo (2%) foram os problemas mentais mais comuns entre as grávidas. Em alguns casos, elas apresentaram a combinação de mais de um distúrbio ao mesmo tempo.
“As pessoas pensam que a gravidez protege a saúde mental e, em seguida, o período pós-parto é um gatilho para os problemas. Mas, na realidade, os problemas começam durante a gravidez, ou mesmo antes, é muito comum”, explica a pesquisadora Louise Howard, professora do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência da King’s.
Quando buscar ajuda
Para o psiquiatra Luiz Scocca, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Associação Americana de Psiquiatria (APA), a gravidez facilita o aparecimento de problemas de saúde mental, sobretudo nas mulheres que já apresentaram problemas anteriormente. Isso acontece especialmente por conta da oscilação hormonal típica dessa fase, que altera o humor da mulher, como todo mundo já sabe.
Diante disso, ressalta o especialista, é preciso um olhar atento da própria grávida e das pessoas que convivem com ela para identificar qualquer mudança brusca no comportamento e buscar ajuda o quanto antes. Alterações alimentares, instabilidade emocional, agitação, falta de comunicação e insônia são alguns sinais de que pode haver algo errado.
“As pessoas devem saber que isso pode acontecer e é necessário não negar tais emoções. Os parentes e amigos próximos devem levar a sério as queixas da futura mãe e dar acolhimento, evitando dizer, por exemplo, que é o normal da gravidez. Além disso, a gestante precisa procurar o seu obstetra e descrever o que está sentindo e, caso haja a indicação de uma consulta psiquiátrica, não ter receio de procurar ajuda, pois o psiquiatra é um médico como outro qualquer”, diz Scocca.
E se você já faz algum tipo de tratamento contra depressão e descobriu que está grávida, atenção. Em primeiro lugar, converse com o seu médico para, juntos, decidirem o melhor tipo de tratamento nesse caso, já que algumas medicações são proibidas na gestação. Mas nada de abandonar o tratamento por conta própria, pois isso pode facilitar ou piorar a manifestação de algum transtorno durante a gravidez.
Fonte: Revista Crescer
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