É o preconceito contra pessoas com transtorno mental
Sobre o assunto, o Cotidiano conversou com o médico psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABPq), Antonio Geraldo da Silva.
Matéria originalmente publicado pela ABP
O médico avalia que as pessoas confundem muito o sentimento ou sintoma com diagnóstico sindrômico, que é a depressão. A depressão é um conjunto de sintomas que envolve alterações físicas como dor no corpo, tristeza profunda, falta de força, de vigor, de vontade, de interesse e até angústia e sofrimento intenso profundo.
O psiquiatra, lembra que a verdadeira depressão não é tratada somente com força de vontade e sim com remédio e com ajuda de especialista. Por isso, quem tem o episódio depressivo e fica bom por um tempo, acha que já resolveu o problema, mas a pessoa que já teve depressão tem 50% de chance de ter uma segunda crise e, após a segunda crise, a pessoa tem entre 75% a 90% de ter o terceiro episódio depressivo.
A depressão pode atingir qualquer pessoa, jovem, velho, pessoas com muita fé, pessoas sem fé, porque é uma doença e não tem nada a ver com fé ou falta dela. "Aliás, a fé é muito importante e ajuda muito no tratamento", avalia.
Um dos grandes problemas que está ocorrendo dentro do enfrentamento da doença é o auto-preconceito. O psiquiatra alerta para as pessoas que não aceitam a doença, e passam a negar a doença, porque ele não acredita e quer criar um grupo de pessoas que também não acreditam, não cuidam e não tratam. E depressão é uma das doenças que mais levam ao suicídio.
Fonte: ABP
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