sábado, 9 de dezembro de 2017

Cirurgia de redução de estômago para diabetes tipo 2

Imagem: wtop
Conselho Federal de Medicina autoriza cirurgia para diabetes
tipo 2


Feita por videolaparoscopia, cirurgia de redução do estômago altera o metabolismo e os hormônios associados à doença.


O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu na quinta-feira (7/12/17) uma cirurgia de redução de estômago como tratamento contra uma das principais causas de doenças cardiovasculares e cegueira precoce.

Depois da perda repentina do pai Hamilton desenvolveu duas doenças autoimunes: aquelas em que células de defesa enlouquecem e atacam o próprio corpo. Primeiro foi o vitiligo, mas ele nem se incomoda com as manchas brancas na pele. O pior mesmo foi o diabetes”.

“Eu tomava seis medicações diferentes e insulina de duas a três aplicações por dia e mesmo assim era extremamente descompensado. E aí, com isso, culminou em 2012 num infarto.

Mas há 18 meses é como se nada disso tivesse existido. Hamilton passou por uma cirurgia que mudou a vida dele: nem insulina usa mais.

“Foi como tirar com a mão após a cirurgia”, contou.

Como tudo que é novo, no início a cirurgia metabólica gerou desconfiança. Durante 13 anos ela foi realizada de forma experimental como pesquisa no tratamento do diabetes. Isso muda com o reconhecimento do Conselho Federal de Medicina.

A cirurgia poderá ser usada em pacientes com diabetes tipo 2 há mais de dez anos e sem resposta ao tratamento convencional.

A operação feita por videolaparoscopia é uma cirurgia de redução do estômago com objetivo não só de perda de peso, mas de mexer com o metabolismo e os hormônios associados ao diabetes.

O médico retira parte do estômago e do intestino para encurtar o caminho dos alimentos no sistema digestivo e consegue, assim, entre outras coisas, aumentar a produção de insulina e diminuir a glicose no sangue.

A perda de peso a médio e longo prazos completam o trabalho.

“A cirurgia é indicada pelos endocrinologistas que são médicos clínicos como última opção terapêutica para esses pacientes”, explica mauro Luiz de Britto Ribeiro, presidente em exercício do CFM.

Um grande desafio a partir de agora será treinar equipes para que a cirurgia possa acontecer em outras partes do Brasil e beneficiar um número maior de pacientes.

“Como a gente sabe que controlar diabetes, além de salvar vidas economiza dinheiro para qualquer sistema de saúde, seja ele privado ou público, então é controlar uma doença que, no Brasil, tem 14 milhões e, como o mundo inteiro, a grande maioria não está controlada”, disse Ricardo Cohen, cirurgião e coordenador do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Para essa cirurgia ser oferecida pelo SUS, é preciso que alguém encaminhe o pedido de análise. O Ministério da Saúde afirma que isso ainda não foi feito. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) disse que mudanças na lista de cobertura dos planos de saúde são feitas em revisões periódicas e que a próxima está prevista para daqui a dois anos.

Fonte: G1 - Jornal Nacional

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