Fome emocional: quando a comida vira
válvula de escape para o estresse
A segunda-feira é conhecida como o dia oficial de começar a dieta. Manter o foco em busca da medida certa, entretanto, não é fácil. Ainda mais quando a comida vira uma válvula de escape para situações desagradáveis. Quando se alimentar funciona como uma ajuda para lidar com problemas pessoais, o apetite é considerado por especialistas como “fome emocional”.
— Pode-se dizer que é a vontade de diminuir a sensação do desconforto emocional por meio da comida, enquanto a fome fisiológica é a necessidade real — explica Marcia Daskal, nutricionista e proprietária da Recomendo Assessoria em Nutrição.
— A endorfina tem ação relaxante, e a serotonina atua no humor, principalmente. Algumas coisas estimulam esses neurotransmissores, como comida e exercício. Quanto maior a necessidade de aplacar o estresse, mais comida se ingere. Quando se dá conta, já buscou conforto na comida — comenta a psiquiatra Fernanda Ramallo.
Para tratar a compulsão alimentar, ela indica consulta com psiquiatra e acompanhamento psicológico. Para a psicóloga Vânia Calazans, é preciso colocar a comida no âmbito da razão:
— Assim, aprende-se a lidar com a emoção de outra forma.
Patrícia Miranda, de 25 anos, nunca achou que a alimentação pudesse trazer danos à saúde. Até que o corpo deu um sinal de alerta, e a relação com a comida teve que mudar. Ela é hipertensa.
— Sempre fiz dieta, mas voltava a comer compulsivamente. Resolvi me aceitar gordinha e feliz com o chocolate. Repetia para mim mesma que estava estressada e merecia comer o que quisesse — diz a jovem, que comenta a mudança de hábitos:
— Sigo uma dieta restrita com orientação médica. Tem sido difícil. Comer, para mim, estava diretamente ligado à sensação de felicidade.
Fonte: Extra Globo
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