Por que ficamos amigos de ex? A ciência achou 7 razões
"O namoro acabou, mas a amizade continua". Você já ouviu essa frase. Desculpas à parte, cientistas descobriram o que realmente motiva esse companheirismo
“Espero que possamos ser amigos” é um dos maiores clichês do término de um relacionamento (passa bem perto do “não é você, sou eu”). Uma dupla de pesquisadores da Universidade de Oakland, no entanto, resolveu levar a frase a sério – e entender o que motiva as pessoas a querer manter uma amizade com os ex.
A primeira possibilidade, claro, é que elas não queriam ser amigas – mas mentem porque acham que é o que a outra pessoa quer ouvir. Deixando essa visão pessimista de lado, os pesquisadores começaram, por ouvir 350 pessoas, que deram todos os motivos que elas puderam pensar para dois ex-amantes querem ser amigos depois do término. A lista preliminar tinha 156 motivos. Mas quais deles realmente influenciam na hora de tentar uma reaproximação?
Um segundo grupo com experiência em términos avaliou a importância desses motivos de 1 a 5. A lista final ficou com 7 motivos, listados em grau de importância.
Confiabilidade / sentimentalismo
“Ela/ele me tornou uma pessoa melhor”
Este foi o campeão, votado o mais importante da lista. Ficamos amigos dos ex, em primeiro lugar, quando eles continuam sendo pessoas de confiança com quem queremos poder contar e por quem temos boas memórias.
Filhos e outros recursos compartilhados
“Temos um filho/dividimos uma casa”
Em segundo lugar, a amizade era motivada por outras ligações entre os dois que iam além do relacionamento em si, como filhos e patrimônio construído em parceria. Vale lembrar, porém, que a população que participou do estudo era universitária, com média de 21 anos de idade (e, portanto, com pouca experiência em ter filhos). Se feita com outra amostra, é bem possível que esse motivo pulasse do segundo para o primeiro lugar.
Manutenção das relações sociais
“Para evitar que as coisas ficassem estranhas em nosso grupo de amigos”
Depois dos filhos, vem os amigos: casais que dividem o mesmo círculo social também achavam bastante importante manter boas relações depois do término, para não colocar as outras amizades em posições constrangedoras.
Atração romântica
“Ainda tenho sentimentos por ela/ele”
O clichê de filmes retorna. No quarto lugar, a amizade é motivada porque pelo menos um dos lados não queria ter terminado o namoro.
O fim da atração romântica
“Eu perdi o interesse sexual nela/nele”
Logo depois, o contrário! As pessoas acham que devem ser amigas dos ex exatamente porque não sentem atração romântica nem sexual por eles – nessa lógica, seria possível ter uma amizade “pura”.
Acesso sexual
“Para poder continuar a transar com ela/ele”
Mais um plot twist. Em sex(t)o lugar, o motivo é bem direto. O relacionamento acabou, mas as pessoas vêem o ex como um caminho conveniente para matar uma eventual carência.
Pragmatismo
“Ela/ele tinha muito dinheiro”
Por último, surgiram os motivos práticos. A maioria tinha a ver com dinheiro e influência: as pessoas declararam que era razoavelmente importante para elas manter um ex próximo caso ele tivesse dinheiro (ou estivesse prestes a ter no futuro), tivesse o hábito de dar bons presentes, cozinhasse bem, ajudasse a consertar coisas na casa ou fosse cercado de pessoas importantes que dariam boas conexões sociais. Basicamente, tudo que tornava a vida mais conveniente no namoro, mas sem a parte ruim (nem o sexo).
Fonte: Revista Superinteressante (online)
Para ler o artigo, clique no título:
Staying friends with an ex: Sex and dark personality traits predict motivations for post-relationship friendship
Personality and Individual Differences, Volume 115, 1 September 2017, Pages 114–119
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