terça-feira, 22 de agosto de 2017

Porcos serão doadores de órgãos para humanos

Porcos serão doadores de órgãos para humanos, diz pesquisa
Para cientistas americanos em dois anos transplantes poderão ser feitos. Tecidos de porco já são usados em próteses de válvulas do coração




Uma notícia de esperança para milhares de pessoas na fila dos transplantes, principalmente para quem precisa de um rim. Uma pesquisa de uma universidade americana prevê que, em dois anos, os seres humanos vão receber órgãos de porcos de laboratório.

Os primeiros testes começaram com macacos, nos Estados Unidos, há 50 anos. Cientistas tentaram transplantar rins, fígado e coração de chimpanzés em humanos. Mas nunca deu certo.

O mapeamento do DNA e as novas ferramentas da engenharia genética levaram à escolha de outro candidato a doador: o porco. Tecidos do animal já são usados em próteses que substituem válvulas do coração.

“Os porcos têm mais filhotes e mais rápido. Uma gestação de cerca de 114 dias. Nós somos capazes de modificar geneticamente os porcos. Além disso eles crescem rápido”, explica Joseph Sector, cirurgião da Universidade do Alabama.

No Brasil, o doutor Joseph Tector deu uma palestra sobre o trabalho dele na Universidade do Alabama, em Birmingham. Ele comanda uma equipe que modifica os genes de porcos para que os animais possam doar órgãos.

Os cientistas usam a fertilização in vitro e manipulam o DNA do ovo fecundado antes que ele se transforme em embrião. Eles retiram a parte da cadeia genética responsável pela produção de enzimas e proteínas que causam rejeição em humanos.

Nos Estados Unidos, mil pacientes que precisam de um rim já fizeram testes de sangue para saber se podiam fazer o transplante; 30% não rejeitaram as células dos porcos geneticamente modificados.

A técnica ainda depende do aval das autoridades de saúde dos Estados Unidos, mas o doutor Tector calcula que os transplantes com rins de porcos podem começar daqui a dois anos. Os primeiros beneficiados serão os pacientes com mais de 65 anos e aqueles com mais dificuldades para encontrar um doador compatível.

Na fila das pessoas que aguardam um doador para conseguir fazer um transplante no Brasil, a maior lista é a dos pacientes que precisam de um novo rim. Essa espera costuma ser mais longa e mais dolorosa para as crianças.

A Maria Fernanda faz parte do grupo de 361 pacientes com menos de 18 anos que precisam de um novo rim. Ela começou a fazer diálise com apenas 14 dias de vida. “Toda noite, são dez horas de diálise toda noite. É um castigo”, diz Valquíria Freires, mãe de Maria Fernanda.

A médica que cuida da Maria Eduarda torce para que as pesquisas com porcos tenham sucesso. “O rim do porco é muito parecido com o rim humano. Então muitos trabalhos da parte renal você faz usando o rim do porco, porque ele é muito semelhante”, explica a nefrologista pediátrica Regina Helena Novaes.

“Os órgãos dos porcos existem em todos os tamanhos. Então você será capaz de fazer o transplante até em bebês bem pequenos com um rim de tamanho apropriado. Eu estou otimista de que poderemos ajudar as crianças”, diz Joseph Tector.


“Porque a fila é demorada, às vezes não dá tempo de aparecer o órgão, entendeu? Então tudo que aparecer é bem-vindo”, afirma Pablo Costa, pai de Maria Fernanda.

Fonte: Gazeta Online


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